Gasolina será vendida a preços internacionais na Venezuela, diz Maduro
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira (13) que a gasolina no país será vendida a preços do mercado internacional e que a subsidiará para portadores de um documento dos programas sociais.
A decisão é tomada duas semanas depois de o líder anunciar a mudança na política de preços depois de 15 anos de controle que deixou os combustíveis com preços irrisórios e contribuiu para a crise na petroleira estatal PDVSA.
“A gasolina precisa ser vendida a preço internacional para parar o contrabando para a Colômbia e o Caribe”, disse o mandatário sobre o reajuste, estimando a perda anual no desvio em US$ 18 bilhões (R$ 70,2 bilhões).
O regime, porém, implantará um subsídio que só será oferecido a quem tenha a Carteira da Pátria, que controla o acesso a alimentos com preços subsidiados, remédios, hospitais e escolas públicas e a benefícios sociais.
Há denúncias de que o documento foi usado para controlar os votantes nas últimas eleições e do impedimento do acesso aos serviços estatais, o que faz a oposição compará-lo com a caderneta de racionamento de Cuba.
Segundo Maduro, o subsídio funcionará por dois anos. “Espero que no máximo em dois anos já tenhamos resolvido a deformação que foi criada nos últimos anos, quando praticamente demos a gasolina venezuelana de presente.”
Também só receberá os subsídios quem participar de um censo do parque automotor, que se encerra na sexta (17). Não foi divulgado o novo valor nem de quanto será o subsídio, assim como a data em que entrará em vigor.
Hoje a Venezuela vende a 1 bolívar o litro da gasolina comum e a 6 bolívares o da aditivada, enquanto uma xícara de café custa 2,2 milhões de bolívares e o dólar vale 4,2 milhões de bolívares no mercado paralelo.
Estima-se que o aumento deva chegar ao menos 10.000%, já que o regime cortará na próxima segunda (20) cinco zeros do bolívar. O ditador decretou feriado bancário a partir de sexta para preparar a chegada da nova moeda.