Grandes de SP têm estratégias diferentes para Brasileiro de Aspirantes
Uma competição para amadurecer jovens jogadores e também dar oportunidades àqueles que estão encostados. Esse é o Campeonato Brasileiro de Aspirantes, realizado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) simultaneamente à Série A.
Em sua segunda edição, o torneio sub-23 reúne 16 equipes, definidas pelo ranking nacional de clubes. A participação ou não da agremiação é opcional. Palmeiras e Corinthians, por exemplo, preferiram não participar da disputa em 2018.
Santos e São Paulo enxergam na disputa a chance de dar mais rodagem a jogadores que não podem mais atuar pelo sub-20 antes de colocá-los no time principal, ou mesmo de usar peças mais jovens para jogar num nível de exigência física maior do que de suas respectivas categorias.
“É importante principalmente para o São Paulo, que revela muitos jogadores”, diz Raí, diretor-executivo do clube.
Para o dirigente, o torneio de aspirantes traz a oportunidade de dar mais tempo a atletas jovens para que possam vingar, além de proporcionar ritmo de jogo a atletas do time principal que estão sendo poucos aproveitados no momento.
É o caso do atacante Brenner, de 18 anos, promovido ao profissional no inicio da temporada pelo então técnico Dorival Júnior. Atualmente, ele não está nos planos do uruguaio Diego Aguirre.
O atleta ainda tem idade para jogar pelas categorias de base. O clube, no entanto, procura fazer com que ele atue com jogadores mais velhos, para ajudar no amadurecimento citado por Raí.
Com pensamento similar ao dos são-paulinos, o Santos tem mesclado jogadores jovens com atletas do profissional que estão sem espaço ou voltando de contusão. É o caso de Yuri Alberto, 17, que já atuou no time de cima.
Fora da competição, o Corinthians começa a ver com bons olhos sua participação no próximo ano. Já o Palmeiras não considera o campeonato interessante. O clube tem como política emprestar jogadores sem espaço para que eles evoluam em outro time.
O regulamento da competição permite a utilização por partida de no máximo oito atletas nascidos a partir de 1999 e de até quatro com idade acima de 23 anos.
O centroavante Wellington Paulista, 34, é um desses atletas profissionais acima da idade que estão jogando nos aspirantes. Ele foi afastado do elenco principal da Chapecoense no final de agosto pelo ex-técnico da equipe Guto Ferreira, demitido na última segunda-feira (15).
“Foi ideia da diretoria [ele jogar a competição]. É importante para manter o ritmo de jogo, estar preparado para quando precisarem de mim”, diz o atacante, autor de quatro gols em quatro jogos e que tem a esperança de ser reintegrado ao grupo principal com a chegada do novo treinador, Claudinei Oliveira.
O Brasileiro de Aspirantes está na segunda de suas quatro fases. Na primeira, os 16 times participantes foram divididos em dois grupos (A e B), com as equipes enfrentando apenas adversários do outro grupo.
Os quatro melhores de cada lado formaram duas novas chaves, com jogos dentro da própria chave, na disputa por vagas nas semifinais.
O São Paulo lidera o Grupo C com 15 pontos, seguido pelo Vitória, que tem 10. O Internacional soma 10 na liderança do Grupo D, e o Coritiba vem em seguida com 8, 2 a mais do que o Santos.
No início, os jogos tinham transmissão do Esporte Interativo, mas com o fechamento dos canais esportivos do Grupo Turner no Brasil, a competição passou a ser exibida no perfil da CBF no Facebook.