Investigado por corrupção | Ex-presidente do Peru se mata antes de ser preso por caso Odebrecht
O ex-presidente do Peru Alan García morreu nesta manhã depois de ter atirado contra a própria cabeça ao receber ordem de prisão da polícia. A informação foi confirmada pelo atual mandatário do país, Martín Vizcarra. "Consternado com o falecimento do ex-presidente Alan García. Envio minhas condolências a sua família e entes queridos", escreveu.
Consternado por el fallecimiento del ex presidente Alan García. Envío mis condolencias a su familia y seres queridos.
- Martín Vizcarra (@MartinVizcarraC) April 17, 2019
García era alvo de um pedido de prisão temporária, por dez dias. O ex-presidente era investigado por supostamente ter recebido propina da construtora Odebrecht, segundo o jornal peruano El Comercio.
García foi levado ao hospital Casimiro Ulloa, mas não resistiu ao ferimento. Mais cedo, a ministra da Saúde peruana, Zulema Tomás, disse que o político havia sofrido três paradas cardíacas.
Ainda de acordo com o jornal El Comercio, a polícia chegou à casa dele, em Lima, às 6h25 (horário local). Ao ser avisado da prisão, García pediu para falar com seus advogados. Em seguida, os policiais ouviram o disparo, encontraram o ex-presidente ferido e o levaram para o hospital.
García foi presidente da nação entre 1985 e 1990 e novamente de 2006 a 2011. Como outros membros do alto escalão da América do Sul, ele foi envolvido no escândalo da Odebrecht e estava sob investigação por suspeita de recebimento de suborno da gigante de construção brasileira. Ele negava irregularidades.
"Como nenhum documento me menciona e nenhum indício nem evidência me inclui, resta a eles a especulação ou inventar intermediários. Jamais me vendi e está provado", publicou García no Twitter na manhã de ontem.
Como en ningún documento se me menciona y ningún indicio ni evidencia me alcanza sólo les queda la ESPECULACIÓN o inventar intermediarios. Jamás me vendí y está probado.
- Alan García (@AlanGarciaPeru) April 16, 2019
No ano passado, García tentou deixar o Peru e solicitou asilo no Uruguai, mas teve o pedido negado.
Investigações sobre doações de campanha e subornos pagos pela Odebrecht respingaram sobre os últimos quatro presidentes do Peru e paralisaram grandes projetos de infraestrutura. Alejandro Toledo (2001-2006) fugiu para os Estados Unidos e enfrenta um pedido de extradição. Ollanta Humala (2011-2016), preso por um ano, agora responde às acusações em liberdade, mas foi impedido de deixar o país. Já o ex-presidente Pedro Paulo Kuczynski (2016-2018) foi preso na semana passada.
(Com agências internacionais).