Magno Malta é 'irmão eterno', diz Bolsonaro sobre possível ministro
Enquanto monta seu quebra-cabeças ministerial, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL-RJ) recebeu o senador Magno Malta (PR-ES) em sua casa, no Rio, e o chamou de "eterno irmão".
Sem mandato a partir de 2019, após perder a reeleição, Magno está cotado para assumir uma das pastas no governo do capitão reformado.
Uma possibilidade é um ministério sob o selo social, que poderia fundir Desenvolvimento Social e Direitos Humanos —nos bastidores, chegou-se a falar num batismo para a nova área, Ministério da Família.
Bolsonaro gravou um vídeo com Magno, e nele disse que está numa "caminhada" com o senador, pastor e cantor gospel "que não começou há 60 dias, começou há mais de dois anos".
Aliados de Magno interpretaram isso como um chega-pra-lá no vice do presidente eleito, o general Antonio Hamilton Mourão (PRTB).
Na quarta (31), o militar da reserva disse que Malta tornou-se um "elefante na sala" depois de ter rejeitado ser vice de Bolsonaro.
"Tem que resolver esse caso. É aquela história, ele desistiu de ser vice do Bolsonaro para dizer que ia ganhar a eleição para senador lá no Espírito Santo. Agora ele é um elefante que está colocado no meio da sala e tem que arrumar, né? É um camelo, e tem que arrumar um deserto para esse camelo."
Magno Malta saiu da casa do capitão reformado acompanhado do pastor Silas Malafaia, que disse à Folha ter ficado contrariado com a fala do vice. "Eu fiquei louco, isso aqui é sacanagem."
Segundo o pastor, se o senador perdeu a campanha para reeleição em casa, muito se deve ao tempo que gastou ajudando Bolsonaro na esfera nacional.
Malafaia conta que o capitão reformado diz não "se impressionar" com o disse-me-disse que vê na imprensa sobre quem pode ser seu ministro. "Não me impressiono, sei quem tá comigo desde o início. Quem planta notícia vai passar vergonha", reproduz a fala que atribui a Bolsonaro.
Se Magno for de fato confirmado ministro, o mais provável é que isso aconteça na semana que vem, passado o feriado do Dia dos Finados, nesta sexta (2).
Na quinta o dia já seria de Sergio Moro, confirmado como ministro da Justiça do presidente eleito, então o senador teria que esperar sua vez.