Monge budista renuncia em meio a #MeToo chinês
O presidente da Federação Budista da China, vinculada ao Estado, renunciou ao cargo nesta quarta-feira (15), depois de ser acusado de ter obrigado várias monjas a manterem relações sexuais com ele.
Shi Xuecheng, figura espiritual, membro do Partido Comunista Chinês e abade do mosteiro Longquan em Pequim, é objeto de uma investigação.
Em um documento redigido por dois monges de Longquan, o religioso é acusado de ter enviado mensagens telefônicas explícitas, algumas delas com ameaças, a pelo menos seis monjas para que fizessem sexo com ele.
Quatro delas cederam, depois que Xuecheng disse que o sexo era parte do estudo budista, segundo o relatório.
As autoridades religiosas nacionais iniciaram uma investigação sobre as acusações. O mosteiro afirma que as provas são "manipuladas" e considera as denúncias uma "vingança".
O anúncio foi mencionado em um comunicado sobre o teor da reunião dos diretores da associação, mas sem detalhar os motivos da renúncia do abade.
A administração estatal para assuntos religiosos - organismo governamental que supervisiona os grupos religiosos - divulgou a declaração em sua conta em uma rede social.
Xuecheng, membro da Câmara de Consulta do Parlamento chinês, é muito famoso no país e tem milhões de seguidores no Weibo, o equivalente ao Twitter na China.