No narcisista 'Queen', Nicki Minaj apura sua personagem com tretas e alfinetadas
“Queen” não perde tempo com o pop eletrônico inocente (“Starships”, “Superbass”) dos discos anteriores. Agora, a cantora nascida em Trinidad e Tobago destila seu estilo rápido e raivoso em faixas repletas de provocações.
Em “Barbie Dreams”, ela ironiza “Just Playing (Dreams)”, clássico do The Notorious B.I.G. em que o rapper lista sua atração por diversas cantoras de R&B. Nicki usa o mesmo sample para gongar rappers famosos como Drake e Lil Wayne.
Na nerd “Chun Li”, ela se compara com a lutadora do game “Street Fighter”, dizendo que foi uma das primeiras rappers femininas a dominarem o mercado do rap (fato), mesmo com rivais tentando derrubá-la (boato).
As rimas contam com colaboradores de luxo: Ariana Grande usa seus floreios vocais na chatinha “Bed”. Eminem faz o papel de súdito em “Majesty”. Na paranoica “Thought I Knew You”, The Weeknd troca confidências com Nicki sobre seus relacionamentos conturbados.
Na semana passada, Safaree Samuels, ex-namorado da rapper, acusou-a no Twitter de tê-lo esfaqueado. Ela negou e ainda tuitou que ele roubou seu cartão de crédito.
Voltando ao disco, “Queen” é Nicki aprimorando sua personagem. Apesar das tretas e alfinetadas nas concorrentes, a rainha do hip-hop fala com a segurança de quem já conquistou seus súditos.
“O meu papel é criar músicas que façam as mulheres sentirem que podem vir de uma origem pobre, trabalhar com os maiores e ser agraciada como alguém que ajudou a mudar a cultura”, afirmou, em entrevista recente.
QUEEN
★★★
Artista: Nicki Minaj. Gravadora: Young Money/Cash Money Records. US$ 40 (LP duplo, R$ 158), US$ 15 (cassete, R$ 60) e US$ 14 (CD, R$ 55), em nickiminajqueen.com