No narcisista 'Queen', Nicki Minaj apura sua personagem com tretas e alfinetadas

Longo (66 minutos) e narcisista, “Queen” é um disco-currículo de Nicki Minaj. Já nos primeiros minutos de “Ganja Burn”, ela esclarece: “Ao menos eu posso dizer que escrevi cada rap que eu cuspi/Coloquei sangue, suor e lágrimas para aperfeiçoar meu estilo”.A alfinetada é compreensível. A rapper se depara com uma concorrente ao trono de rainha do hip-hop americano: Cardi B. No primeiro disco, a novata do Bronx emplacou como a primeira rapper feminina a alcançar o topo da hot 100, com o single “I Like It”. Minaj está em sua quarta tentativa. E disposta a provar que merece o topo também.

“Queen” não perde tempo com o pop eletrônico inocente (“Starships”, “Superbass”) dos discos anteriores. Agora, a cantora nascida em Trinidad e Tobago destila seu estilo rápido e raivoso em faixas repletas de provocações.

Em “Barbie Dreams”, ela ironiza “Just Playing (Dreams)”, clássico do The Notorious B.I.G. em que o rapper lista sua atração por diversas cantoras de R&B. Nicki usa o mesmo sample para gongar rappers famosos como Drake e Lil Wayne.