'Não tem o menor interesse para a população', diz Alckmin sobre aliados que migram para Bolsonaro
O candidato do PSDB ao Planalto, Geraldo Alckmin, minimizou as manifestações de apoio a Jair Bolsonaro (PSL) por parte da coligação tucana em Minas Gerais, durante caminhada na periferia de Belo Horizonte nesta quinta (27).
"Não tem a menor importância. Infelizmente, no mundo inteiro, não só no Brasil, a cobertura de imprensa é a futrica da corte. Isso ocupa um espaço enorme, não tem o menor interesse para a população", disse.
Marcos Montes (PSD), candidato a vice na chapa de Antonio Anastasia (PSDB), que concorre ao governo, afirmou que é preciso dar as mãos a Bolsonaro caso Alckmin não chegue ao segundo turno.
Anastasia reagiu: "Ele se referia a uma hipótese que não vai se configurar".
Candidato ao Senado na chapa, Dinis Pinheiro (SD) já gravou vídeo com Bolsonaro em apoio mútuo.
Dinis e o outro candidato ao Senado da coligação, Rodrigo Pacheco (DEM), não estavam presentes, mas foram saudados por Alckmin no início de sua fala à imprensa.
Havia, porém, claque de Pacheco e apenas duas bandeiras de Dinis.
"Isso já foi esclarecido, está superado, nós continuamos crescendo e temos uma das menores rejeições", continuou Alckmin sobre as traições.
O tucano voltou a se colocar como terceira via entre os mais bem colocados nas pesquisas, Bolsonaro e Fernando Haddad (PT), espaço que disputa com Ciro Gomes (PDT).
"Chegando no segundo turno, é o caminho pra derrotar o PT. Também não acredito no caminho do Bolsonaro. Cada bala disparada do revólver da maldade do Bolsonaro atinge a população", disse, lembrando a fala do vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão (PRTB) contra o 13º salário.
Questionado sobre a entrevista do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) à Folha, afirmando que o partido deve parar de criticar Bolsonaro e voltar-se contra o PT, Alckmin disse que atinge ambos.
"O Fernando Henrique colocou bem, precisamos evitar a insensatez", disse.
Alckmin mostrou otimismo com o segundo turno, dizendo que nos últimos dias "mudou o cenário, mudou a rua, mudou o humor".
Ele ainda listou propostas de saúde e segurança antes de começar a caminhada por comércios populares do Barreiro, cercado de seguranças e apoiadores.
Foi o primeiro compromisso de rua de Alckmin em BH. Após andar um quarteirão e meio, entrou numa padaria onde comeu pão de queijo e tomou café.
Na padaria, houve um grito de "Lula livre", abafado por "Fora, PT" e "vai pra Cuba" de apoiadores tucanos.
Da padaria, Alckmin entrou na van e se despediu. Ele seguiu para São José do Rio Preto (SP). Mais cedo, em São Paulo, o tucano foi vaiado aos gritos de Bolsonaro em evento evangélico.