Nova rodada de sanções dos EUA contra o Irã começa a valer na próxima semana

A nova rodada de sanções dos Estados Unidos contra o Irã começará a valer a partir da próxima segunda-feira (5). As medidas haviam sido suspensas após a assinatura do acordo nuclear com Teerã em 2015, pacto do qual os EUA se retiraram em maio.

As restrições vão atingir os setores de energia, navegação, construção naval e financeiro. "Esse será o regime de sanções mais duro já imposto ao Irã", afirmou a Casa Branca em comunicado divulgado nesta sexta (2).

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, anunciou, no entanto, que os EUA vão permitir que oito países continuem importando petróleo iraniano, de forma temporária, após a reimposição das sanções. A lista de exceções será divulgada na segunda-feira.

A concessão foi feita porque as nações em questão aceitaram reduzir a quantidade de petróleo importado de Teerã. Os Estados Unidos têm tentado forçar um boicote mundial ao combustível fóssil iraniano.

Após o anúncio da Casa Branca, o presidente Donald Trump compartilhou em sua conta no Twitter uma imagem com a frase "Sanções estão chegando" estilizada de forma semelhante ao bordão "Winter  is  coming" (o inverno está chegando), da série de TV "Game of Thrones".

Mais de 700 pessoas, entidades, embarcações e aeronaves estão inclusas na nova rodada de sanções, inclusive bancos iranianos, exportadores de petróleo e empresas de navegação. Transações com o Banco Central e instituições financeiras de Teerã também serão alvo das sanções.

Alimentos, produtos agrícolas, remédios e equipamentos médicos ficaram de fora da lista e continuarão a ser vendidos para o país.

O governo diz que a reimposição das medidas vai "cortar receitas que o regime usa para financiar grupos terroristas, fomentar a instabilidade global, financiar programas nucleares e de mísseis balísticos e enriquecer seus líderes".

A Casa Branca afirmou que, apesar da redução na importação de petróleo iraniano, estão confiantes de que os mercados energéticos permanecerão bem supridos nos Estados Unidos.

Dizem que, de agosto de 2017 para agosto de 2018, a produção de petróleo bruto aumentou em 2,1 milhões de barris por dia e as exportações aumentaram em mais de 700 mil barris por dia no país. A expectativa de Washington é de que a produção aumente em 1 milhão de barris por dia ou mais no próximo ano.

A primeira rodada de sanções contra o Irã passou a valer em agosto, quando foram vetadas transações comerciais com o país envolvendo dólar americano e rial (moeda iraniana), ouro e outros materiais preciosos, aço e alumínio e itens do setor automotivo.

Um mês antes, o presidente iraniano, Hasan Rowhani, havia afirmado que Washington não deveria "brincar com fogo". "A América deveria saber que a paz com o Irã é a mãe de todas as pazes e que a guerra com o Irã é a mãe de todas as guerras", afirmou a uma plateia de diplomatas iranianos.

O regime iraniano levou o caso até a Corte Internacional de Justiça, argumentando que a retomada das sanções econômicas era ilegal. Em outubro, a corte ordenou que os Estados Unidos aliviassem algumas sanções, inclusive as relacionadas ao fornecimento de bens humanitários e à segurança da aviação civil.

Em resposta, Pompeo anunciou que o país sairia de um tratado assinado em 1955 pelos dois países que serviu de base para trocas diplomáticas e relações econômicas amistosas. Um dos argumentos dos iranianos levados à corte foi que as sanções violavam o acordo firmado mais de 60 anos atrás.

Desde que Trump assumiu o governo, já impôs restrições contra 168 pessoas, empresas e grupos ligadas ao regime iraniano.

Assinado durante o governo de Barack Obama, o acordo nuclear impôs limites ao programa nuclear de Teerã, em troca de um alívio nas sanções econômicas impostas ao país. Dele participaram Estados Unidos, Irã, França, Alemanha, Reino Unido, China e Rússia.

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