Onda de calor coloca França em estado de alerta
A imprensa francesa desta quarta-feira (25) destaca a onda de calor que coloca a França em estado de alerta. O país teme um novo episódio de temperaturas extremas como em 2003, quando cerca de 15 mil pessoas morreram. Os episódios de altas temperaturas no país se intensificam devido ao aquecimento global.
"A onda de calor começou e vai durar alguns dias!", assinala a manchete de capa do jornal Aujourd'hui en France.
O jornal que dá várias dicas aos leitores para enfrentar os dias quentes e prevenir o mal-estar provocado pelas temperaturas excessivas: frequentar lugares com ar condicionado, ventilar as casas, usar vaporizadores de água e leques na rua, e principalmente, beber água, não fazer esforços desnecessários e descansar nos horários de pico.
Para um brasileiro, acostumado com o calor, esses conselhos podem parecer absurdos, mas a França é um país de clima temperado, onde faz frio durante vários meses do ano, os verões curtos eram clementes e a maioria das casas não é equipada com ar condicionado. Mas o aquecimento global veio mudar essa realidade.
Na atual onda de calor, a temperatura deve superar amanhã os 36°C em Paris e várias regiões do norte da França. Nove departamentos estão em estado de alerta a partir desta quarta-feira.
O que mais preocupa as autoridades é que as temperaturas vão continuar elevadas durante a noite, aumentando os riscos de hipertermia e desidratação principalmente em crianças e idosos.
O início do mês de agosto deve registrar temperaturas ainda maiores e teremos de nos acostumar com essas ondas de calor excessivo, previne o jornal. Toda a Europa é atingida pela massa de ar quente que vem do Saara, que registra atualmente 52°C.
"A situação atual é muito próxima de 2003, quando a França sufocou durante onze dias seguidos", explica um meteorologista ouvido pelo Aujourd'hui en France. E se o aquecimento global não for contido, em dez anos o país vai bater recordes de temperaturas, registrando 45°C.
Em 2050, o termômetro pode chegar a 55°C, provocando a morte de cerca de 150 mil pessoas em toda a Europa, prevê o especialista. A única solução é reduzir os gases que provocam o efeito estufa.
Pico de poluição
Junto com o calor, vem a poluição que atinge índices perigosos desde a última segunda-feira (23), completa o Libération. Nesta semana, a concentração de ozônio no ar deve ultrapassar em até 40 mg/m3 o teto tolerado, provocando irritação nos olhos, dificuldades respiratórias e cardiovasculares.
Consequência, na região metropolitana de Paris os carros que mais poluem estão proibidos de circular, a velocidade máxima foi reduzida em 20 km, e as usinas devem controlar suas emissões. O rodízio de veículos também deve ser decidido, estima o Libération.