PRB diz que não há consenso para plano B de vice de Alckmin
O presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, disse nesta quarta-feira (25) que não há consenso entre os partidos do centrão (DEM, PP, PR, PRB e SD) sobre quem poderia assumir o posto de vice na chapa presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB), caso o empresário Josué Alencar (PR) não aceite a função.
Ao sair de uma conversa com Alckmin nesta manhã, em Brasília, Pereira disse ainda ter esperança de que o mineiro dê uma resposta positiva ao tucano e se declarou contra um nome do DEM para assumir o posto.
Ex-ministro da Educação de Michel Temer, o deputado Mendonça Filho (DEM-PE) foi um dos nomes cogitados como plano B.
No entanto, o DEM quer o apoio de Alckmin para reconduzir Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara, caso ele consiga se reeleger deputado federal.
"Só acho que não pode ser o DEM, porque aí seria muita coisa [para um mesmo partido]", disse Marcos Pereira.
Por ora, Mendonça Filho trabalha para ser eleito senador.
Outro nome especulado, a senadora Ana Amélia (PP-RS) disse que está focada em tentar a reeleição e descartou o cargo.
O presidente do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), apresentou o nome de seu atual pré-candidato ao Palácio do Planalto, Aldo Rebelo (SP). Integrante do PC do B durante anos, Rebelo, que foi ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff, enfrenta resistência de parte do PSDB, que o considera muito à esquerda.
Marcos Pereira disse ter conversado algumas vezes com o empresário mineiro na terça-feira (24) e, como mostrou o Painel nesta quarta, Josué relatou resistência da mãe, Mariza Gomes, 83, viúva do ex-vice-presidente Josué Alencar, morto em 2011.
"Ele não quer desobedecer a mamãe", disse Pereira.
Alckmin indicou disposição de conversar com Mariza para tentar convencê-la.
Em encontro com o tucano na segunda-feira (23) para falar sobre sua disposição de compor a chapa para a sucessão de Michel Temer, Josué mostrou-se reticente.
Afirmou que somaria pouco à campanha e deixou o tucano "à vontade" para escolher outro nome.
Pessoas que conversaram com Josué na terça também relataram pressão do PT.
José Alencar, pai de Josué, foi vice-presidente durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva.
A ligação familiar histórica também fez com que uma possível composição entre Josué e o candidato do PT ao Planalto —que será lançado caso Lula seja impedido de concorrer— fosse cogitada por petistas.
Lula foi o principal fiador da filiação de Josué ao PR e era simpático à ideia de que ele fosse seu candidato a vice, caso conseguisse disputar a Presidência da República.
Preso há mais de três meses em Curitiba, o ex-presidente insiste no discurso de que será candidato, mas o partido já busca um nome de vice mais alinhado à esquerda para suprir uma eventual ausência do próprio Lula na chapa.
Josué teria um encontro na terça-feira com o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), para que o petista oferecesse ao empresário a vaga de vice ou de candidato ao Senado na chapa de Pimentel, que concorre à reeleição.
O encontro não aconteceu e, nesta quarta, Josué publicou artigo na Folha em que diz que o tucano reúne "todos requisitos para cumprir a complexa missão que se coloca". O texto foi interpretado por aliados do presidenciável como um recado ao PT e deu a eles esperança de que Josué Alencar ainda aceite ser o vice na chapa.