Perto de perder votação, Trump já oferece 'bodes expiatórios'
Abrindo a quinta-feira, no alto do liberal New York Times e do direitista Drudge Report, um novo ataque do republicano Trump ao republicano Paul Ryan, que preside a Câmara. Para o NYT, foi “mensagem nada sutil: Não é culpa minha”. Para Drudge, parece busca de “bode expiatório antecipado”.
Faltando agora quatro dias para as eleições legislativas nos EUA, a projeção de organizações apartidárias como Cook Political Report é que os democratas alcancem maioria na Câmara —e talvez até no Senado.
Além de culpar Ryan, Trump acaba de soltar comercial “racista”, no destaque da CNN, contra imigrantes “escuros”, na descrição do NYT, ou “imigrantes violentos”, como prefere a governista Fox News.
MORO VS. LULA
No título da agência Reuters, reproduzido mundo afora, “Bolsonaro nomeia juiz que prendeu seu rival”. No do NYT, “Juiz que condenou Lula assume cargo no gabinete de Bolsonaro”. Do Financial Times, “Bolsonaro nomeia juiz que ajudou a prender Lula”.
Dos conservadores europeus The Times e Le Figaro, respectivamente, “Bolsonaro promete alto cargo para juiz que encarcerou seu rival” e “Juiz que fez Lula cair será ministro de Bolsonaro”. Por fim, na lembrança da nova Economist, “ele prendeu Lula, que de outra forma poderia ter ganho a eleição”.
‘THE TERMINATION OF THE TOUCANS’
Também na nova edição da Economist, com a ilustração acima, “O fim dos tucanos”. O texto cita o apoio do “ex-lobista” João Dória a Bolsonaro, a entrada no governo Temer, o fato de o partido ser visto como “tão corrupto quanto os outros”, até concluir: “Por que o PSDB se tornou a vítima? Como os Clinton ou Tony Blair, ele pareceu datado”. Sugere ao “centro reformista” buscar novo líder, citando, sem convicção, Luciano Huck, “um apresentador de TV”.
Por outro lado, “apenas dois anos atrás, alguns analistas escreviam o obituário do PT, responsabilizado pela corrupção sistêmica. Ele sobrevive como a principal oposição a Bolsonaro”.
AMEAÇA A ORDEM
Depois do Huanqiu/Global Times, ligado ao PC chinês, agora é o South China Morning Post, jornal de Jack Ma, do gigante de tecnologia Alibaba, que publica editorial contra Bolsonaro. Afirma que “suas ideias de extrema direita e sua linguagem inflamatória não são bem-vindas num momento em que a ordem mundial está em perigo”. Mais até, ele “ameaça a ordem mundial”.
Já na manchete do Guardian, o assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, “exalta Bolsonaro” ao anunciar mais sanções contra “as forças destrutivas do socialismo e do totalitarismo que voltam a nos confrontar no hemisfério”.