Presos mantêm 11 reféns em motim há mais de 16 horas no interior de SP

Dois agentes penitenciários e nove voluntários de igrejas evangélicas são mantidos reféns há mais de 16 horas em um motim de presos no Centro de Detenção Provisória de Taubaté, no Vale do Paraíba, interior paulista.

A administração dos presídios é de responsabilidade do governador Márcio França (PSB), candidato à reeleição. Segundo a SAP, um grupo especializado de agentes penitenciários “está dentro da unidade a postos”, e a direção negocia com os presos amotinados.

Os detentos começaram o motim por volta  das 15h desta quarta-feira (8). Dois agentes penitenciários e 12 voluntários de igrejas evangélicas foram feitos reféns —três deles já foram liberados.

O Centro de Detenção Provisória Dr. Félix Nobre de Campos tem 1.521 detentos, mas capacidade para pouco mais da metade disso: 844 pessoas.

Inicialmente, a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) informou que 12 reféns faziam parte da Pastoral Carcerária, braço da Igreja Católica. Depois, corrigiu a informação. 

Todos são ligados a igrejas evangélicas: quatro são da Deus É Amor, quatro da Assembleia de Deus, duas da Cristo É Luz e Vida e outras duas da Capelania de Taubaté.

Os detentos atearam fogo a roupas e colchões, mas segundo a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) o incêndio foi contido. Imagens em redes sociais mostravam fumaça escura saindo de dentro do presídio.

O Sindicato de Funcionários do Sistema Prisional de SP diz que duas ambulâncias e um carro dos bombeiros entraram na unidade. Diz também que os detentos conseguiram chegar até a portaria da unidade, mas foram contidos por agentes.

O governo paulista convocou uma reunião de emergência no começo da noite para tratar do motim. O governador Márcio França cancelou a participação em um debate entre candidatos nas eleições de outubro.

Em abril, um motim que durou 22 horas fez três defensores públicos reféns em Lucélia, no oeste paulista. A rebelião começou durante o banho de sol por volta das 14h do dia 26 de abril. O último defensor feito refém só foi liberado às 12h do dia seguinte.
 

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