Putin sanciona reforma da previdência que levou a protestos na Rússia

O líder russo, Vladimir Putin, sancionou nesta quarta-feira (3) uma reforma previdenciária que aumenta a idade mínima de aposentadoria no país, apesar da série de manifestações contra a mudança.

Segundo o Kremlin, o mandatário assinou o projeto horas depois de sua aprovação no Senado. Ela foi referendada após a tramitação na Câmara dos Deputados na semana passada. Ambas são dominadas por aliados do governo.

“Entendemos que esta questão é altamente sensível e afeta muitas pessoas, mas o presidente expressou muito clara e abertamente sua posição perante a nação”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, na quarta (3).

A reforma provocou grande descontentamento na Rússia, minando a popularidade de Putin e causando inesperados reveses para os governistas nas eleições regionais de setembro —em março ele foi reeleito com 77% dos votos.

Milhares de pessoas tomaram as ruas, convocadas pelo Partido Comunista e pelo principal oponente do Kremlin, Alexei Navalni, para protestar. Diante de uma revolta incomum, Putin propôs flexibilizar a reforma.

O texto final eleva a idade de aposentadoria para 65, no caso dos homens, e 60, para as mulheres, em comparação com 60 e 55, respectivamente, em vigor hoje.

Os russos mais velhos temiam que não viveriam o suficiente para receber as pensões, enquanto os mais novos se preocupavam com a limitação da geração de empregos. 

As autoridades defenderam a elevação devido ao crescimento da expectativa de vida na Rússia e seus possíveis efeitos financeiros no sistema previdenciário.

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