Quais as mais marcantes parcerias da história do futebol?
A morte aos 75 anos do ídolo do Santos Coutinho (nascido Antônio Wilson Vieira Honório), melhor parceiro de Pelé, abre espaço para rememorar grandes duplas do futebol.
Apesar de nunca tê-los visto ao vivo em ação, pois sou de geração posterior, cresci lendo e ouvindo sobre as jogadas mirabolantes que Pelé e Coutinho faziam juntos, da sintonia fina de seus pés (e cabeças) que resultava em tabelinhas sensacionais e em inúmeras chances de gol.
Da infância e adolescência guardo várias memórias e posso citar combinações como Sócrates/Casagrande (Corinthians), Washington/Assis (Fluminense) e Careca/Müller (São Paulo) entre as grandes do futebol nacional nos anos 1980.
Posteriormente, nos anos 1990, marcaram época no Brasil Evair/Edmundo (Palmeiras), Edílson/Luizão (Corinthians) e Jardel/Paulo Nunes (Grêmio), para mencionar alguns duetos de sucesso. Neste século, merecem lembrança dois pares santistas: Diego/Robinho e Neymar/Ganso.
O grande desafio, entretanto, é elencar as mais marcantes duplas da história, mundialmente. Sujeito a receber críticas, e sem incluir Pelé/Coutinho, aqui estão as que coloco no top 5.
Pelé e Garrincha (seleção brasileira)
Quando o santista e o botafoguense jogaram juntos, nos anos 1950 e 1960, jamais o Brasil perdeu uma partida (36 vitórias e quatro empates) e ganhou suas duas primeiras Copas, em 1958 e 1962, apesar de, na do Chile, Pelé ter se machucado no segundo jogo da competição.
Os atacantes holandeses Marco van Basten e Ruud Gullit, que defenderam o Milan (Reprodução)
Gullit e Van Basten (Milan e seleção holandesa)
Aquele Milan do fim dos anos 1980, comandado por Arrigo Sacchi, era espetacular. Eu torcia para que o Napoli (de Maradona, Careca, Alemão) superasse o rival, mas era um desejo inglório. Com a dupla, o Milan sagrou-se bicampeão europeu, e a Holanda ganhou a Eurocopa.
O húngaro Ferenc Puskás (esq.), do Real Madrid, cumprimenta o argentino Alfredo di Stéfano, que havia se transferido para o Espanyol (Reprodução)
Puskás e Di Stéfano (Real Madrid)
Como Pelé/Garrincha, não vi a dupla jogar, mas relatos de suas maravilhas em seis temporadas (1958-1964), com uma conquista de Champions League (em final na qual o húngaro fez 4 gols e o argentino, 3) e quatro títulos seguidos do Campeonato Espanhol, são mais que convincentes.
Bebeto e Romário comemoram o 1 a 0 sobre os EUA nas oitavas de final da Copa do Mundo de 1994 (Antônio Gaudério – 4.jul.1994/Folhapress)
Romário e Bebeto (seleção brasileira)
É a dupla de ataque do Brasil tetracampeão mundial, nos EUA, em 1994. Inesquecíveis o passe milimétrico de Romário para Bebeto no 1 a 0 contra os anfitriões e o cruzamento de Bebeto para Romário no 3 a 2 na Holanda. O entrosamento de ambos vinha já das eliminatórias.
Iniesta e Xavi (dir.) ergeum o troféu da Copa do Rei de 2015, conquistado pelo Barcelona diante do Athletic Bilbao (Gustau Nacarino – 30.mai.2015/Reuters)
Xavi e Iniesta (Barcelona e seleção espanhola)
Dois gênios do meio-campo, responsáveis por conduzir, com passes precisos, inteligência rara e controle do ritmo de jogo, a Espanha à conquista de uma Copa do Mundo (2010) e duas Eurocopas (2008 a 2012) e o Barcelona a ganhar três Champions League. Os gols eram pontuais, o que não reduzia o brilho de cada um – Iniesta, aliás, fez o que muito poucos fizeram: gol decisivo em final de Copa.