Turquia enfrentará EUA diante de ameaça de sanções por pastor americano
O presidente Tayyip Erdogan afirmou que a Turquia continuará firme após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar impôr sanções a Ancara caso não libertem um pastor americano, disse a emissora Haberturk neste domingo (29).
As relações entre os Estados Unidos e a Turquia estão em risco na disputa sobre o pastor Andrew Brunson, disse Erdogan, citado pela TRT Haber e outras mídias.
Na quinta-feira (26), Trump ameaçou impôr "grandes sanções" à Turquia a menos que libertem Brunson, que trabalhou na Turquia por mais de 20 anos e foi acusado de ajudar o grupo que Ancara diz estar por trás de um golpe militar fracassado em 2016.
"Os Estados Unidos vão impor grandes sanções contra a Turquia pela longa detenção do pastor Andrew Brunson, um cristão formidável, homem de família e maravilhoso ser humano. Ele está sofrendo muito. Este inocente homem de fé deve ser libertado imediatamente!", escreveu o presidente americano no Twitter.
O pastor, que negou as acusações, está agora sob prisão domiciliar e enfrentará até 35 anos de prisão caso seja considerado culpado.
"Não iremos recuar quando confrontados com sanções", disse Erdogan sendo citado. "Eles não devem se esquecer de que perderão um parceiro sincero."
"Mudar de atitude é o problema de Trump, não meu", acrescentou ele, comparando as ameaças americanas a uma "guerra psicológica".
A prisão do pastor Andrew Brunson, que dirigia uma igreja protestante em Esmirna, é uma das muitas questões que atormentam as relações entre Ancara e Washington, e a ameaça de sanções aumentou a tensão.
Brunson, que é da Carolina do Norte, foi transferido para prisão domiciliar na semana passada, após 21 meses detido em uma prisão turca.
Diplomatas têm trabalhado para resolver a tensão da disputa e, no sábado, o secretário de Estado dos EUA, Michael Pompeo, discutiu o status do pastor com o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, disse o Departamento de Estado.