Voos para BH e DF puxam setor aéreo neste ano; ponte Rio-SP tem alta
Rotas que partem de São Paulo para Brasília e Belo Horizonte foram as que tiveram as maiores altas de passageiros até setembro deste ano, segundo a Anac: foram 12,5% e 11%, respectivamente.
O volume de gente na ponte Rio-São Paulo, ligação de maior movimento do país, cresceu pela primeira vez depois de dois anos de recuos —um aumento de 1,5%. No valor das tarifas, houve queda de 8,3%.
As comparações são entre os nove primeiros meses de 2018 e do ano passado.
O resultado reflete em parte o desempenho da economia, diz Gustavo Lopes, sócio-diretor da consultoria Roland Berger. “Para cada ponto percentual que o PIB sobe, o setor aéreo flutua dois para cima.”
O crescimento de passageiros para Brasília e Belo Horizonte decorre de um trabalho de gestão aeroportuária, diz. “Houve esforços para abrir rotas e convencer as aéreas a usar esses destinos.”
A capital mineira passou a ser usada pela Azul como ponto de conexão, segundo o diretor de finanças da empresa, Alex Malfitani.
“Colocamos aviões com capacidade para levar mais gente”, diz ele. A Azul ganhou 1,9% de passageiros neste ano.
A Latam cresceu um pouco menos, uma alta de 1,4%.
Em nota, a empresa dá indicação de que há pressão de custos: “A companhia observa com atenção o cenário atual, afetado pela valorização do dólar e o aumento violento do preço do petróleo”.
Procurada pela coluna, a Gol não respondeu.
Unificar para reduzir prazos
O outlet online Privalia vai unificar seus centros de distribuição no Brasil em um único galpão logístico, em Extrema (MG).
A multinacional vai abrir mão de três armazéns terceirizados para operar apenas na nova estrutura de quase 27 mil m², afirma Fernando Boscolo, diretor-geral da companhia no país.
“É um investimento na ordem de R$ 54 milhões que nos permitirá processar 15 mil pedidos por dia, a princípio. A ideia é expandir essa capacidade em 20% ao ano.”
Os recursos investidos são da empresa de condomínios logísticos Fulwood, responsável pela obra —o valor será pago pelo contrato de aluguel assinado pelo Privalia.
“Temos dois modelos de negócio: um em que recebemos o estoque das marcas antes de começar as vendas, e outro baseado em reservas, quando os parceiros fazem as entregas ao final da campanha”, diz Boscolo.
“A entrega na primeira modalidade leva em média 7 dias e, a no segundo, 16 a 17 dias. A previsão é reduzir em pelo menos dois dias nos próximos 12 meses.”
Raio-X
Privalia
€ 3,3 bilhões
(cerca de R$ 13,9 bilhões no câmbio atual) é o faturamento global
R$ 800 milhões
é a receita projetada para 2018 na operação brasileira
350
são os funcionários diretos no país
160 mil
são os consumidores por mês
Otimismo com trabalho
A maioria dos paulistanos (54%) diz acreditar que o responsável pelo sustento do domicílio terá avanço profissional nos próximos seis meses, segundo a FecomercioSP (federação do comércio do estado).
Essa parcela cresceu sete pontos percentuais em um ano. Em outubro de 2017, era de 47%.
Na avaliação mensal, o percentual dos otimistas aumentou 3,3%.
“A menor incerteza dos quadros eleitorais e a geração de vagas informais e temporárias influenciam essa alta, que não deve se repetir até dezembro”, afirma Guilherme Dietze, economista da entidade.
“A tendência deverá ser de euforia no início do próximo governo, mas somente após as primeiras medidas econômicas poderá haver uma maior reação do índice, positiva ou negativa”, afirma ele.
Agronegócio paranaense
A cooperativa agroindustrial Coopavel, que atua no oeste do Paraná, investirá ao menos R$ 60 milhões em 2019. O montante será aplicado na expansão da capacidade de abate de porcos e em maquinário para o recebimento de grãos.
A maior parte dos recursos será usada para terminar o projeto de dobrar a produção de suínos —de 1.500 para 3.000 cabeças diárias—, iniciado neste ano.
“Faltam equipamentos e melhorias no setor de armazenagem. Tudo será finalizado em 2019”, afirma o presidente, Dilvo Grolli.
Um quarto dos aportes será destinado à unidade de grãos, que ganhará novas máquinas de bombeamento. A produção de soja, milho e trigo representa 25% da receita da cooperativa historicamente.
A Coopavel deverá crescer 15% em receita neste ano, apesar do volume de produção estável. “O preço internacional das commodities e a valorização do dólar nos beneficiaram”, diz Grolli.
R$ 2,1 bilhões
foi o faturamento em 2017
Aos candidatos
Camilla Junqueira, diretora-geral da Endeavor
Simplificar processos como fechamento e abertura de empresas ou obtenção de patentes são as principais demandas de empreendedores aos presidenciáveis, segundo Camilla Junqueira, da Endeavor.
A organização sem fins lucrativos, que apoia o setor, entregou uma agenda às equipes dos candidatos com quatro propostas centrais, todas ligadas a desburocratização.
“O peso da carga tributária prejudica o ambiente de negócios, mas é urgente que uma eventual reforma tributária simplifique as regras”, diz ela.
“O empreendedor brasileiro gasta hoje 80 dias por ano só para se manter em dia com processos fiscais.”
Principais propostas de empreendedores aos presidenciáveis
Criação de ferramentas para acompanhar prazos de abertura, regularização e fechamento de empresas Adesão ao Protocolo de Madri, que centraliza procedimentos de proteção de marcas80 dias
é o tempo que leva abrir uma empresa no Brasil
86%
das empresas têm alguma pendência tributária
Fonte: Endeavor
Está limpo A Ecoville, uma empresa de Santa Catarina que produz e vende produtos de limpeza, vai investir R$ 12 milhões na infraestrutura de sua indústria. Ela adquiriu 30 máquinas.
Fintech A plataforma de empréstimos Rebel captou US$ 4 milhões (cerca de R$ 14,8 milhões) para investir em tecnologia e novos produtos.
Automação A LTM, de gestão de programas de fidelidade, investiu R$ 5 milhões em um programa de atendimento automático.
Hora do café
com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas