De volta à elite do basquete, Corinthians busca fortalecer imagem do clube
De volta à elite do basquete brasileiro, o Corinthians se apoia na força de sua torcida para obter sucesso com a bola laranja.
A primeira partida do time alvinegro pela temporada 2018/19 do NBB será em São Paulo, no ginásio Wlamir Marques, às 20h de terça-feira (16), contra a equipe de Franca. A ESPN transmite.
O projeto do clube para o basquete é ambicioso, embora o discurso inicial seja de pés no chão. O objetivo, segundo o diretor de esportes terrestres, Donato Votta, é retomar a tradição corintiana no esporte e fortalecer a marca da entidade.
Atualmente, a equipe de basquete não tem patrocínios próprios e conta com recursos do clube para se bancar. Sem revelar valores, Votta afirma que as despesas equivalem a menos da metade dos gastos dos principais times da liga.
“É um risco calculado. Se você pensar na exposição que o NBB proporciona para a marca Corinthians, temos certeza que em curto prazo vai ter patrocínio para bancar o basquete”, afirma Votta, para quem a empreitada independe da gestão política do clube.
“Duvido que no futuro não levem esse projeto para frente, temos consciência que ele é autossustentável”, completa.
A equipe de basquete do Corinthians já foi uma das mais tradicionais do país e contou com nomes históricos do esporte brasileiro em diferentes épocas. Os bicampeões mundiais Rosa Branca e Wlamir Marques, além de Oscar Schmidt, defenderem o time, que competiu profissionalmente até 1996.
A retomada veio com a participação e o título da Liga Ouro deste ano, conquista que garantiu a vaga no NBB.
Para seu retorno à elite, o Corinthians aposta em uma mescla de jogadores jovens e experientes, comandados por Bruno Savignani, que também é auxiliar da seleção brasileira.
“Nós chegamos onde desejávamos desde o início. Sabemos do peso de representar o Corinthians, mas também conhecemos as dificuldades que vamos enfrentar no primeiro ano da elite, contra equipes que estão estruturadas há algum tempo”, diz o técnico.
Os principais reforços contratados para a temporada foram os armadores Ricardo Fischer, 27, e Fuller, 26, atleta nascido na Califórnia e que tem nacionalidade peruana. Também chegaram o ala Gui Bento, 21, ex-Pinheiros, e o ala/pivô Guilherme Giovannoni, 38.
Fischer, que apareceu com destaque no Bauru e também passou pelo Flamengo, estava no basquete espanhol até março, mas foi dispensado pelo Bilbao e retornou ao país.
O armador, que recentemente foi convocado pelo técnico Aleksandar Petrovic para defender a seleção brasileira nas eliminatórias para o Campeonato Mundial, espera se destacar pela nova equipe.
“Um dos motivos pelos quais eu vim, aceitei esse desafio pessoal, é se tornar a cara desse projeto, a cara do Corinthians. Levo em consideração a época que o Marcelinho [Machado] fez isso no Flamengo, dez anos atrás. Aceitou entrar no projeto e tornou-se o maior ídolo”, afirma Fischer.
Machado chegou ao clube carioca aos 33 anos, em 2007, e o conduziu a cinco títulos do NBB —é o maior vencedor. O ala se aposentou ao final da última temporada da liga.
Se Fischer pode ser uma nova cara do Corinthians no basquete, o primeiro grande personagem dessa retomada foi o armador Gustavinho Lima, 33.
Capitão da equipe no título da Liga Ouro, o corintiano roxo, como se define, afirma que o apoio das arquibancadas reflete o espírito dos atletas em quadra. “Acho que a energia que a gente transmitiu fez o time cair no gosto da torcida, tem aparecido cada vez mais adeptos nos jogos”, diz.
Para ele, o apoio mesmo longe de São Paulo faz com que o Corinthians nunca jogue totalmente fora de casa. “Se for jogar peteca, bolinha de gude, eles vão aparecer”, brinca.
Junto com o apoio também vem a pressão por resultados, com o que ele afirma não se incomodar. “É para lembrar onde você está, a dimensão do clube que representa e a história que tem por trás”.